segunda-feira, 6 de maio de 2013

O Silêncio dos Inocentes (Thomas Harris) ★★★

Ola! Mais uma vez fiquei anos sem postar aqui no Registro. O problema é que eu demoro muito pra escrever os textos (meia hora procurando inspiração, uma hora pra escrever) e realmente não ta dando pra eu tirar duas horas do meu dia pra fazer um post. Mas enfim, demorei uns dois meses - pelo menos- pra terminar esse livro chato. Eu devo ter comprado ele num sebo, sei la, ele devia estar com um preço muito bom e eu nao resisti, é claro. Mas o livro não é de todo ruim.

Eu vi o filme antes e esse é mais um dos raríssimos casos em que o filme consegue superar o livro (outro caso é O senhor dos Anéis  do Tolkien, desculpa...), da até vontade de falar do filme ao invés do livro... Mas como eu ia dizendo, o livro até que diverte um pouco.

A história é sobre uma agente do FBI, Clarice Starling (Jodie Foster maravilhosa), que está tentando encontrar um psicopata que arranca a pele das suas vitimas, sempre mulheres, pra tentar fazer uma espécie de "fantasia" feminina pra ficar igual a uma mulher. A agente Starling recebe a missão de tentar arrancar alguma informação do psiquiatra canibal Hannibal Lecter, que provavelmente sabe alguma coisa sobre o paradeiro do psicopata.
Em troca da sua ajuda, Hannibal pede (alem de algumas outras coisas) que a agente Starling revele algumas questões sobre sua vida pessoal. Essa "troca de favores" acaba rendendo alguns diálogos realmente interessantíssimos que são, na minha opinião, a melhor parte do livro.

A investigação em si me despertou pouco interesse. Eu não conseguia me importar muito com o final da história ou me conectar com a história das vitimas. Nem me identificar de alguma forma com os traumas da personagem principal, Clarice. Fica difícil gostar de um livro de investigação criminal sem que aconteça ao menos umas dessas coisas. O que salva um pouquinho são os aspectos psicológicos do psicopata, o pseudo alfaite com aspirações a travesti, Jame Gumb. Pra quem gosta de psicologia, que é meu caso, até que o livro tras umas analises bem legais.

Bom, se você algum dia estiver procurando um livro de suspense psicológico / investigação criminal, tenho certeza que existe um punhado infinitamente melhores do que este. Não sei dos outros livros do autor mas, depois deste, não vou me arriscar tao cedo.

É isso minha gente. Terminei de ler "A Metamorfose", do Kafka, e vou ver se posto algo sobre ele aqui.

Até o próximo post.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Emma (Jane Austen) ★★★★★

Oii gente, eu dei uma pequena sumida mas estou de volta, e em alto estilo! Vou falar hoje do meu livro preferido de uma autora que tem cada vez mais conquistado um espaço no meu coraçãozinho -n, a Jane Austen.

Eu não sou de fazer isso, mas estou morrendo de preguiça  de fazer um resumo do livro, e como acho ele importante pra vocês entenderem a resenha, vou copiar de um site que eu achei.

Emma Woodhouse, uma jovem bonita, inteligente e encantadora, está decidida a jamais se casar. Ela já possui toda a fortuna e a independência de que precisa e sente-se perfeitamente satisfeita com sua situação, o que não a impede de se divertir planejando casamentos entre as pessoas que a cercam. Ao conhecer Harriet Smith, uma moça de status social mais baixo, Emma decide ajudá-la a encontrar um pretendente que seja um verdadeiro cavalheiro. Porém, a jovem descobre que interferir demasiadamente na vida dos outros pode por em risco a própria felicidade. Para garanti- la, Emma deve superar seus preconceitos e compreender melhor o que se passa em seu coração. Marcado pela inigualável ironia de Jane Austen e repleto de diálogos geniais, Emma é um retrato vívido da situação das mulheres na Inglaterra do início do século XIX.

Bom, desde que li um livro dela pela primeira vez (Orgulho e Preconceito, acho) eu já pensei " nossa, que escritora fantastica!". É impressionante sua capacidade de criar tramas e personagens tão complexos, tão reais. Eu li mais um ou dois livros dela depois disso mas, foi só esse ano, ao ler Emma, que realmente me apaixonei pela autora.

Os livros dela seguem todos uma formula simples que se resume, basicamente, em duas ou tres familias de uma cidade pequena da Inglaterra, no século XVIII, vivendo suas vidinhas pacatas até que algo fora da rotina aconteça. Há sempre uma protagonista de personalidade forte, carismática, e é ao redor dela que tudo vai acontecer, é claro.
No caso de Emma, essa protagonista é arrogante, preconceituosa, superficial e extremamente mimada e esnobe. A própria Jane Austen disse que queria criar uma personagem que ninguem gostasse alem dela mesma. Mas para a surpresa dela, Emma é uma de suas personagens mais amadas. E é realmente dificil, no decorrer do livro, não gostar dela pelo menos um pouquinho, apesar de todos os seus defeitos.

Eu acredito que são justamente os defeitos que a tornam tão extremamente cativante, pois eles a humanizam, a deixam como nos mesmos. E quem nunca cometeu os mesmo erros uma, duas, três vezes? Quem nunca, pra tentar ajudar alguém que ama, acabou metendo os pés pelas mãos? E a nossa protagonista é assim, perfeitamente humana. E não passa despercebido sua boa vontade, apesar da sua arrogância, seu bom caráter, apesar de sua presunção. Como não gostar de alguém que não quer se casar nunca  para poder sempre cuidar de seu pai hipocondríaco?


Quando pergunto pra alguém sua opinião sobre os livros da Jane Austen, quase sempre escuto algo sobre ela ser "melosa" demais e acho que nunca vou entender esta critica. A autora esta muito mais preocupada em analises de carater do que de sentimentos. Seus livros são muito mais criticas sociais de uma época do que qualquer outra coisa. Ela critica com primazia seus personagens, sempre, ou quase sempre, visando o aspecto social de suas atitudes. E é por isso que suas obras são tão importantes. Se ela fala demais sobre casamentos, é por que essa era a vida das mulher nos seculos XVIII : procurar um marido que lhe garantissem uma vida confortável, já que ainda não trabalhavam.

Jane Austen

Emma pode parecer um pouco chato no início. São muitos personagens, uma protagonista estranhamente imperfeita, uma história que não parece ter muito para acontecer, mas com um pouco de paciência e insistência o leitor descobre o quão deliciosa é a leitura do livro. Apesar da linguagem um tanto rebuscada, a leitura não é difícil. Com o tempo você se envolve com os personagens, principalmente com a Emma, que ao final do livro parece ser sua melhor amiga. Os diálogos são simplesmente geniais e a impressão que da é que você pode saber de tudo que há para saber sobre a vida e sobre a personalidade das pessoas lendo um livro da Jane Austen.

Bom, acho que já esta  bem claro que eu recomendo o livro né

Então é isso, boa leitura para voces e até o próximo post.  

sexta-feira, 29 de março de 2013

O Diário de Anne Frank ★★★★★

Terminei nesse momento de ler O Diário de Anne Frank e acho melhor escrever sobre ele aqui enquanto ainda está bem fresco na minha memória. 


QUE LIVRO MARAVILHOSO. Estou extremamente deprimida por ter terminado. Quando comecei a ler eu não estava dando nada pela história. Já sabia que era sobre uma menina que era judia e que tinha escrito em um diário durante a segunda guerra mundial e tal, mas ingenuamente pensava que o diário de uma garota de 14 anos não poderia me trazer nada de bom.

Mas, para minha surpresa, a Anne (chamo ela pelo primeiro nome porque depois de ter passado esse tempo todo lendo o diário dela já me sinto super intima) é uma menina muito especial, incrivelmente sensível e, surpresa maior ainda, uma incrível escritora.  

O livro se passa quase todo dentro de um edifício, o "Anexo Secreto", onde Anne, sua família e alguns outros judeus ficaram escondidos por volta de 2 anos, por causa, claro, dos caprichos do nosso querido conhecido dos livros de história, o senhor Adolf Hitler. Saber os hábitos, as ideias, os anseios e as dificuldades de um grupo de judeus escondidos durante a segunda guerra mundial, e tudo segundo a visão de uma menina de 14 anos que viria a morrer meses depois em um campo de concentração, é algo realmente precioso. 

E a Anne era uma garota tão inteligente e tão sincera que não há como não se admirar. Como eu disse, nunca pensei que aprenderia algo com uma menina de 14 anos, mas aprendi muito. Ela fala de forma surpreendentemente sábia sobre liberdade, adolescência, felicidade, tristeza, solidão, guerra, uma infinidade de assuntos e por ter sido um diário, foi tudo escrito de forma tão honesta que só a despretensão de que outros lessem poderia permitir. 

"Saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo o que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz."

É impressionante como, apesar de ter tido sua vida interrompida pela guerra, os dilemas de uma mente adolescente continuam os mesmos, os problemas com a família, o amor, a sensação de nunca ser compreendida, tudo está la, porém, além desses problemas normais de qualquer garota de quatorze anos, se soma a vontade de ser livre, o medo ser descoberta, o medo da própria morte e da morte de quem se ama, o racionamento de comida, enfim, o que se pode esperar de alguém que vive anos trancado em um sótão escutando o barulho de bombas a noite e recebendo noticias de seus parentes e amigos que foram apanhados pelos nazistas.  E é maravilhoso como, apesar de tudo, ela mantinha sua esperança e fé intactas.

No decorrer do livro, e acredito que isso aconteça com qualquer um que o leia, ia me crescendo uma revolta tão grande com a situação daquelas pessoas que ficava quase impossível continuar lendo, ainda mais sabendo o destino que os esperava, principalmente o destino da Anne, uma menina tão jovem, com tantos sonhos por realizar e que buscava a felicidade de forma tão sábia. Eles acabaram sendo descobertos e levados para campos de concentração e, das oito pessoas escondidas, apenas o pai da Anne sobreviveu.


"Enquanto ainda há disto, pensei, um Sol tão brilhante, um céu sem nuvens e tão azul, e enquanto me é dado ver e viver tamanha beleza, não devo estar triste. Para qualquer pessoa que se sinta só ou infeliz, ou que esteja preocupada, o melhor remédio é sair para o ar livre, ir para qualquer parte, onde possa estar só com o céu e com a natureza, e com Deus. Então compreende que tudo é como deve ser e que Deus quer ver os homens felizes no meio da natureza, simples e bela. Enquanto assim for - e julgo que será sempre assim - sei que há uma consolação para todas as dores e em todas as circunstâncias. Creio que a natureza alivia os sofrimentos."


terça-feira, 26 de março de 2013

A Herdeira (Sidney Sheldon) ★★★

Oiii gente!! Well, eu tava lendo o último post e pensei "nossa isso ficou muito sério e deprimente" não sei por que razão, até por que "on the road" nem é um livro deprimente muito pelo contrario é maravilhoso e todos deveriam ler MENTIRA NÃO LEIAM POR QUE EU TENHO CIUMES. Mas enfim, vou tentar fazer um post um pouco mais alegre.




Já que eu tava pensando em deixar o post mais feliz eu tive que escolher um livro divertido pra falar sobre né, eu não ia falar sobre, sei lá, A Menina que Roubava Livros (que final deprimente é aquele mano? não pode isso). Aí eu fiz uma retrospectiva e achei pouquíssimos, mas acabei escolhendo um sobre um milionário assassinado, uma órfã herdeira de uma fortuna, uma fortuna, assassinos frios e calculistas, assassinos frios, assassinos calculistas, vários suspeitos com atitudes muito suspeitas e alguém que quer muito desvendar o mistério. Quem gosta de suspenses policiais provavelmente sabe sobre o que eu to falando e sobre como esses são os ingredientes perfeitos para uma história no minimo instigante (eu adoro essa palavra).

E nada melhor para se distrair do que um bom suspense do Sidney Sheldon. São geralmente livros de leitura bem fácil e com uma trama que te prende de tal forma que fica quase impossível largar o livro. O meu preferido particularmente é "A Herdeira".

(sim, eu pulo de kerouac pra Sidney Sheldon e situações assim provavelmente vão acontecer muitas vezes aqui por que eu sou extremamente eclética )

Já faz alguns anos que li esse livro então me lembro de pouquíssimos detalhes, só me lembro perfeitamente de não conseguir parar de ler. A trama, como eu disse, é sobre o assassinato de um riquíssimo empresário. Cada suspeito, e são vários, é apresentado no início do livro e isso é muito legal por que, como você sabe suas histórias, suas personalidades e seus motivos para ter ou não matado o empresário, você acaba se sentindo como um pequeno detetive e tentando descobrir por si só quem é o culpado, e isso é maravilhoso, sério.

Bom minha gente, esse livro não é nenhuma obra prima da literatura norte-americana, mas é um excelente passa tempo, até por que ninguém merece ficar lendo só Dostoievski né. Recomendo extremamente. De todos os que eu li do Sisi esse é sem duvidas o melhor.

Sisi


Até o próximo post.



P.S.: Estou lendo "O Diário de Anne Frank' e estou amando, apesar de ser muito deprimente saber que que ela  morreu mesmo no holocausto (viixi será que isso é um spoiler pra alguém? foi mal). Não vejo a hora de escrever sobre ele.

sábado, 23 de março de 2013

On The Road (Jack Kerouac) ★★★★★


Bom, se o assunto vai ser literatura, nada mais justo do que eu começar logo com o meu livro favorito, “On The Road”, do Jack kerouac. Esse foi, de longe, o livro que mais me marcou até hoje.


Para quem não é familiarizado com a história, "On the Road" nada mais é do que o relato semi auto-biográfico das viagens do autor pelos Estados Unidos, la pelos anos 40, viagens essas regradas por muito sexo, drogas e Jazz. Kerouac ( "Sal Paradise" no livro) viaja pela lendária Rota 66, de leste a oeste do Estados Unidos, na maioria das vezes pegando carona e com pouco dinheiro, e outras vezes com alguns amigos bem loucos na traseira de um carro velho qualquer, parando em qualquer cidade atrás de um pouco de vida, seja la o que isso representasse.

Não vou entrar em detalhes sobre a geração beat, sobre como esse livro influenciou uma geração inteira de cabeludos nos anos 60, ou sobre o fato do Kerouac ter escrito o livro quase inteiro chapado, até porque essas coisas você encontra em qualquer link que aparecer se digitar "on the road" no google, enfim, só vou falar um pouco sobre o que ele significou pra mim.

Jack e Neal
Eu me lembro de que quando começei a ler, a uns dois anos atras, nas primeiras 70 páginas eu estava entediada e um pouco frustrada. Esperava algo diferente de um livro sobre um cara louco que quer atravessar um país inteiro pedindo carona, mas acho que só depois de um tempo de leitura que fui entender sobre o que realmente ele se trata.  A prosa de Kerouac, tão fluida  e super adjetivada, faz com que voce se sinta de fato em uma estrada, em uma cidade triste de algum canto da América, ao lado de uma cara louco que não se importa com nada além do Sól sobre sua cabeça e com a infinita estrada a sua frente e com as infinitas possibilidades que ela oferece. Era um universo novo para mim esse apresentado no livro, um universo sem apego a qualquer regra imposta pela moral ocidental. Entender isso e, acima de tudo, aceitar isso, é o primeiro passo para se compreender a história, com tudo o que ela tem pra te ensinar.
E ela tem muito a ensinar, principalmente para pessoas que não se dão muito bem com esse estilo de vida convencional que lhes é imposto. De minha parte, sempre tive um quedinha por viagens sem rumo e por qualquer coisa que envolva a contracultura dos anos 60 ou de qualquer época.

"Estávamos dirigindo para o oeste, rumo do Sol, podíamos senti-lo através da janela do para brisa." 



E é isso, Sal cruza os Estados Unidos de ponta a ponta, com seu amigo Dean Moriarty ( Neal Cassady) e a namorada dele, Marylou, literalmente nus  e literalmente chapados na maoir parte do tempo, parando em cada cidade para conseguir algum dinheiro, alguma comida, alguma garota e um pouco do bom Jazz e do velho blues daquela época. De Nova Jersey a Denver, de Denver a São Francisco, com um carro roubado ou no vagão de um trem, não importava.
Acho que é por isso que esse livro se transformou no mito que é hoje, pois seus personagens representam a mente de uma geração inteira, uma geração que  deixou de lado os convencionalismos e foi em busca de uma alternativa que fugisse do vazio e fadado ao fracasso "American Dream".  "On the Road", para mim pelo menos, nada mais é do que um livro sobre liberdade e sobre pessoas que conseguiram entender o que ela significa e  tiveram coragem suficiente para vive-la.

"Agora dê uma olhada nesse pessoal aí na frente. Estão preocupados, contando os quilômetros, pensando onde irão dormir esta noite, quanto dinheiro vão gastar em gasolina, se o tempo estará bom, de que maneira chegarão aonde pretendem... e tudo isso não passa, você sabe, de pura infelicidade, e durante todo esse tempo a vida passa voando por eles, e eles sabem disso, e isso também os preocupa, num círculo vicioso que não tem fim."

segunda-feira, 18 de março de 2013


Como o nome sugere, eu pretendo registrar nesse blog minhas impressões sobre todos os livros que eu ler daqui em diante. Espero que isso me sirva como uma forma de analisa-los melhor em cada um de seus aspectos e de guardar, de alguma forma, o que tais livros me fizeram pensar e sentir. Quanto aos leitores, espero que encontrem aqui uma boa fonte de dicas literárias.


P.S.:Vou tentar atualizar o blog com alguns dos livros que eu li até hoje. Então, provavelmente, eu vou demorar algumas semanas pra chegar no livro que estou lendo agora.