sexta-feira, 29 de março de 2013

O Diário de Anne Frank ★★★★★

Terminei nesse momento de ler O Diário de Anne Frank e acho melhor escrever sobre ele aqui enquanto ainda está bem fresco na minha memória. 


QUE LIVRO MARAVILHOSO. Estou extremamente deprimida por ter terminado. Quando comecei a ler eu não estava dando nada pela história. Já sabia que era sobre uma menina que era judia e que tinha escrito em um diário durante a segunda guerra mundial e tal, mas ingenuamente pensava que o diário de uma garota de 14 anos não poderia me trazer nada de bom.

Mas, para minha surpresa, a Anne (chamo ela pelo primeiro nome porque depois de ter passado esse tempo todo lendo o diário dela já me sinto super intima) é uma menina muito especial, incrivelmente sensível e, surpresa maior ainda, uma incrível escritora.  

O livro se passa quase todo dentro de um edifício, o "Anexo Secreto", onde Anne, sua família e alguns outros judeus ficaram escondidos por volta de 2 anos, por causa, claro, dos caprichos do nosso querido conhecido dos livros de história, o senhor Adolf Hitler. Saber os hábitos, as ideias, os anseios e as dificuldades de um grupo de judeus escondidos durante a segunda guerra mundial, e tudo segundo a visão de uma menina de 14 anos que viria a morrer meses depois em um campo de concentração, é algo realmente precioso. 

E a Anne era uma garota tão inteligente e tão sincera que não há como não se admirar. Como eu disse, nunca pensei que aprenderia algo com uma menina de 14 anos, mas aprendi muito. Ela fala de forma surpreendentemente sábia sobre liberdade, adolescência, felicidade, tristeza, solidão, guerra, uma infinidade de assuntos e por ter sido um diário, foi tudo escrito de forma tão honesta que só a despretensão de que outros lessem poderia permitir. 

"Saia, vá para o campo, aproveite o sol e tudo o que a natureza tem para oferecer. Saia e tente recapturar a felicidade que há dentro de você; pense na beleza que há em você e em tudo ao seu redor, e seja feliz."

É impressionante como, apesar de ter tido sua vida interrompida pela guerra, os dilemas de uma mente adolescente continuam os mesmos, os problemas com a família, o amor, a sensação de nunca ser compreendida, tudo está la, porém, além desses problemas normais de qualquer garota de quatorze anos, se soma a vontade de ser livre, o medo ser descoberta, o medo da própria morte e da morte de quem se ama, o racionamento de comida, enfim, o que se pode esperar de alguém que vive anos trancado em um sótão escutando o barulho de bombas a noite e recebendo noticias de seus parentes e amigos que foram apanhados pelos nazistas.  E é maravilhoso como, apesar de tudo, ela mantinha sua esperança e fé intactas.

No decorrer do livro, e acredito que isso aconteça com qualquer um que o leia, ia me crescendo uma revolta tão grande com a situação daquelas pessoas que ficava quase impossível continuar lendo, ainda mais sabendo o destino que os esperava, principalmente o destino da Anne, uma menina tão jovem, com tantos sonhos por realizar e que buscava a felicidade de forma tão sábia. Eles acabaram sendo descobertos e levados para campos de concentração e, das oito pessoas escondidas, apenas o pai da Anne sobreviveu.


"Enquanto ainda há disto, pensei, um Sol tão brilhante, um céu sem nuvens e tão azul, e enquanto me é dado ver e viver tamanha beleza, não devo estar triste. Para qualquer pessoa que se sinta só ou infeliz, ou que esteja preocupada, o melhor remédio é sair para o ar livre, ir para qualquer parte, onde possa estar só com o céu e com a natureza, e com Deus. Então compreende que tudo é como deve ser e que Deus quer ver os homens felizes no meio da natureza, simples e bela. Enquanto assim for - e julgo que será sempre assim - sei que há uma consolação para todas as dores e em todas as circunstâncias. Creio que a natureza alivia os sofrimentos."


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